Assim sendo, a embalagem é um meio e não um fim, ou seja, ela não é um produto final em si, mas um componente do produto que ela contém. Porém, a indissociação é inevitável, pois produto e embalagem estão se tornando tão inter-relacionados que já não podemos considerar um sem o outro, como no caso dos frascos de perfume, do extintor de incêndio ou da caixa de fósforos. O produto não pode ser planejado separadamente da embalagem, que por sua vez, não deve ser definida apenas com base na engenharia, mas levar em conta fatores como design, marketing e comunicação, pois para alguns produtos, a forma e função de sua embalagem podem ser quase tão importantes quanto seu conteúdo.

A embalagem é uma ferramenta de marketing e, nos produtos de consumo, é também um instrumento de comunicação e venda. Na maioria dos casos, ela é a única forma de comunicação que o produto dispõe. A embalagem faz a propaganda. Os padrões gráficos e suas formas moldam a personalidade dos produtos, agregam valor ao produto, interferem na qualidade percebida e formam conceitos sobre fabricantes, elevando ou rebaixando sua imagem de marca.

**Um pouco da história das embalagens**

Desde seus primórdios, a humanidade necessitou conter, proteger e transportar seus produtos e, para fazer isso, lançou mão das embalagens. Por volta do ano 1000 a.C., os médicos egípcios embalavam remédios em recipientes de bambu rotulados, e jarros de barro gravados eram comuns na Grécia antiga. Com a evolução do mercado e a maior competição entre os produtos, a embalagem se tornou um fator de influência na decisão de compra. O progresso da indústria gráfica e das indústrias em geral levou as embalagens a incorporarem cada vez mais recursos e efeitos visuais.

A revolução da linguagem visual das embalagens sempre dependeu dos recursos gráficos e de produção existentes em cada época. Em 1798, duas invenções levaram à popularização dos rótulos: a máquina de fazer papel, inventada na França por Nicolas-Louis Robert, e o princípio da litografia descoberto por Alois Senefelder, na Bavária. Em 1830, os rótulos já eram usados largamente em todas as formas de embalagens e para os mais variados tipos de produtos, mas somente em 1850 George Baxter patenteou seu método de cromolitografia, que permitiu a satisfatória impressão em cores. A nova técnica possibilitou a inclusão de imagens chamativas e cenas que descreviam situações em que o produto poderia ser utilizado. Os novos rótulos coloridos tornavam os produtos mais atraentes e logo os fabricantes perceberam que, decorados dessa forma, vendiam mais.

Um pouco antes, porém, em 1815, sob o comando de Napoleão Bonaparte, o governo francês ofereceu um prêmio a quem inventasse um meio de manter os alimentos frescos por longo tempo e transportáveis a grandes distâncias, com o objetivo de alimentar seus exércitos em campanha. Foi nessa época que surgiram as indústrias de processamento de alimentos e as latas descartáveis.

A garrafa de vidro da Coca-Cola, com a tradicional tampa crown (tampa metálica), é de 1894. Após algumas alterações, foi redesenhada em 1915, baseada na forma da noz da cola, e permaneceu praticamente inalterada desde então. Além das latas e garrafas, o papel já havia se moldado nas formas de cartuchos, caixinhas, estojos e sachês, desenvolvidos a partir da invenção do envelope em 1840.

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